sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Aposentados que ganham mais de um Salário acumulam perdas

Prejuízo chega a R$ 185 por mês

Reajuste menor para os aposentados que ganham acima do salário mínimo causa perda anual de R$ 2.417

Oito milhões de brasileiros — aposentados e pensionistas do INSS que recebem mais de um salário mínimo — foram prejudicados com a decisão do governo de aumentar o benefício em apenas 5,92%, referentes ao INPC (Índice Nacional de Preços ao consumidor) acumulado somente em 11 meses. Se o percentual usado para reajustar os beneficios fosse o mesmo do salário mínimo (12,04%), as perdas dos aposentados não seriam tão grandes. Em um ano, somado ao 13º salário, o prejuízo chega a R$ 2.417, para o beneficiário que recebe o teto (R$ 3.038). Por mês, ele perde R$ 185,93.

“O aposentado que recebia o mínimo, R$ 415, teve aumento de R$ 50. E quem ganhava R$ 450 recebeu apenas R$ 26”, comenta João Inocentini, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical, lembrando que quem ganha até R$ 850 vai receber menos de R$ 50 de aumento. Dos cerca de 26 milhões de aposentados e pensionistas no País, aproximadamente 14 milhões recebem o valor mínimo do benefício.

Um aposentado com benefício de R$ 1.050 vai receber R$ 62,16 a mais com o índice de 5,92%. Mas, se fosse aplicado o mesmo aumento do mínimo, ganharia mais R$ 126,42. Uma diferença de R$ 64,26. O suficiente para comprar mais de 30 litros de leite, 30kg de frango congelado, mais de
60 latinhas de cerveja, 25 caixas de ovos (a dúzia) e mais de 70 sabonetes (R$ 0,90).

Yedda Gaspar, presidente da Faaperj (Federação das Associações dos Aposentados e Pensionistas do Rio), lembra que, de 1991 a 2002, as perdas dos aposentados foram de 42%. E que, no governo Lula, já chegam a 63%. “E como vai ficar daqui para frente? Talvez no próximo ano o aumento seja maior porque haverá eleição presidencial”, ironiza.

Segundo João Inocentini, está sendo feito um levantamento de 100 produtos que subiram mais do que o INPC para comprovar que o poder de compra dos aposentados é cada vez menor. “Vamos mostrar que plano de saúde, gás, medicamento, telefone, taxas, transporte, óculos, dentadura, fraldas, hospital, calçados e roupas subiram mais do que o INPC. Se a Câmara não aprovar
, ou aprovar e o presidente Lula vetar o projeto de lei que extingue o fator previdenciário, vamos à Justiça pedir a recomposição do nosso poder de compra”, avisa Inocentini.

Na próxima sexta-feira, a Faaperj vai se organizar a favor da aprovação do projeto de lei. “Queremos fazer pressão para que seja aprovado”, ressalta Yedda. O Bloco dos Aposentados vai se concentrar às 17h em frente à Candelária. Nacionalmente, a próxima manifestação será no dia 20 de março. A Cobap (Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas)ainda está defindo os detalhes clique na imagem para visualizar a tabela.

Matéria do Jornal O Dia

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