segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Arnaldo Vianna dá entrevista ao Jornal Monitor Campista e afirma: não me reaproximarei de Garotinho

Ex-prefeito faz críticas ao governo e diz que a Justiça deve estar sendo cautelosa, mas está apurando
ANTONIO LEUDO ARNALDO França Vianna é médico, pós-graduado em: Neurocirurgia na Alemanha, MBA em Gestão Hospitalar, Municipal, Auditoria Hospitalar, Saúde Coletiva pela Fundação Getúlio Vargas.


Arnaldo França Vianna é médico, pós-graduado em: Neurocirurgia na Alemanha, MBA em Gestão Hospitalar, Municipal, Auditoria Hospitalar, Saúde Coletiva pela Fundação Getúlio Vargas. Foi diretor Clínico da Beneficência Portuguesa de Campos, diretor Geral do Hospital Ferreira Machado, vereador, secretário municipal de Governo e de Saúde, vice-prefeito, Prefeito, ex presidente da OMPETRO É Deputado Federal pelo PDT/RJ e presidente do PDT em Campos dos Goytacazes.

O deputado federal Arnaldo Vianna (PDT) diz, em entrevista, que o governo municipal não tem respeitado a população. Afirma também que a administração municipal está emperrada porque a prefeita não tem liberdade para governar e consequentemente não pode conceder autonomia a seu secretariado. Vianna desmente ainda os boatos de que estaria se reaproximando de Garotinho e afirma que será candidato em 2010.

Monitor Campista - Procedem os rumores de que o senhor e o ex-governador Garotinho estão se reaproximando?
Arnaldo Vianna -
Eu me reaproximando de quem? A onda de boatos, os factóides já recomeçarame isso está ligado à proximidade das eleições. Não estou e nem vou me aproximar. Há anos não o vejo e não faço questão de ver. A última vez que estive foi quando o deputado Francisco Dornelles me levou para conversar com ele no Rio de Janeiro. Ele me disse que o Dornelles já havia fechado apoio ao seu candidato, Geraldo Pudim, nas eleições suplementares, após a cassação de Campista e que como eu era do Partido de Dornelles, ele queria que eu indicasse um nome para ser vice na chapa de seu candidato. Respondi que Dornelles era do PP e eu do PDT, que eu havia retornado ao partido do qual jamais deveria ter saído, que tínhamos candidato próprio: Mocaiber. Não fui o primeiro, não serei por certo o último a ser vítima de Garotinho, assim como também não fui o primeiro nem serei o último a descobrir quem ele realmente é.

O ex-prefeito Alexandre Mocaiber ou o seu governo teve tem alguma influência no resultado eleitoral?
Em parte sim. Porque ele se afastou politicamente do nosso grupo, mudou de partido e passou administrar de uma forma da qual discordávamos, mas a população não via isso. Até porque fui o seu maior cabo eleitoral, garantindo a ele um mandato de prefeito. Mantivemos nossa relação de amizade. Politicamente tentei até o último instante fazê-lo enxergar os erros... Algumas pessoas julgaram o governo de Mocaiber, que ficou marcado pela Operação Telhado de Vidro, e não o meu. Os opositores usaram isso. Também durante a campanha vinham me dizer que pessoas ligadas a Alexandre estariam engajadas na campanha de (risos) como é que chamamos a prefeita agora? Rosângela Assed, Barros? Porque durante a eleição ela recorreu à Justiça para não ser Rosinha Garotinho. Mas, continuando, eu não entrava nessa discussão, até porque fui eleito deputado federal sem o apoio dele, ele fez campanha para outro candidato. Entretanto o que assistimos hoje nos leva a crer que realmente houve um trabalho não sei se contra a minha candidatura, mas evidente que de apoio à candidatura da Rosângela. Muitas pessoas que trabalharam no governo de Alexandre ocupam agora cargos de confiança desse Governo. Inclusive os vereadores ligados a ele hoje estão compondo a base de apoio a prefeita.

O senhor poderá ser candidato no próximo ano?
Poderá? Por que poderá? Eu sou candidato, serei novamente deputado federal pelo PDT. Não há impedimento; fizeram isso na outra campanha para deputado, disseram que Arnaldo não poderia ser candidato, fui. Na de prefeito fizeram a mesma coisa e de forma mais pesada ainda. O que preciso acabar de resolver é apenas uma questão junto ao TCU que inclusive já tem parecer técnico a meu favor. Não cometi nenhum delito, nenhuma falcatrua! Espero em breve ter essa questão encerrada.

Questões que foram criadas para denegrir minha imagem, para criar dificuldades junto à Justiça e estão todas relacionadas à política, perseguição mesmo de quem tem muita influência no Tribunal de Contas. Arnaldo Vianna é candidato de novo em 2010. Mas quem não deve não teme. Até conta no exterior arrumaram para mim e depois para meu filho, quando pela data ele tinha 14 anos.

E o Governo Rosinha Garotinho, que avaliação o senhor faz desses oito meses de gestão?
E começou o governo dela? Ela apenas faz o que o mestre manda. Dizíamos isso na campanha e a população está comprovando. Rosinha é como a Rainha da Inglaterra, reina, mas não governa! Não tem autonomia e nem pode dar autonomia a seu secretariado. Isso emperra a administração. Na área de saúde, por exemplo, posso citar duas pessoas que reconheço a competência profissional, que são os médicos Francisco Arthur (Chicão) e Paulo Hirano, vice-prefeito e secretário de saúde. E por que a saúde está o caos que está?

Não há integração entre os secretários. A questão do retorno das aulas em função da gripe suína é um exemplo disso, as secretarias de Saúde e Educação não falam a mesma língua. E isso se estende a outros setores. O que tem feito o atual governo?
Quando fui prefeito havia falta de medicamentos? Foi o nosso governo que socorreu os hospitais, firmando convênios para complementar a tabela do SUS. Construímos o Hospital Geral de Guarus. faltava medicação? Faltavam vagas? As pessoas precisavam dormir em filas para conseguir ser atendidas em postos médicos? As estradas do interior foram abandonadas? As empresas locais quebraram? Perseguimos alguém? Fizemos caça às bruxas? Tenho sido procurado por muitas pessoas, ouvido muitas denúncias. Sou procurado inclusive por pessoas que fizeram campanha para o grupo deles e estão agora sendo perseguidos.

Procurado por pessoas que fizeram campanha para ela? Como assim?
Sim, as pessoas não escondem isso. Dizem: “Doutor, eu não fiz campanha para o senhor; eu trabalhei para eles, mas estou passando por uma situação terrível”... Não posso expor aqui os nomes e o que me falam porque são questões muito graves e muitas vezes pessoais, e não seria correto expor essas pessoas. Mas o próprio troca-troca de secretários e demais cargos, e não estou me referindo às mudanças em função da determinação do Ministério Público em função do nepotismo, essas mudanças constantes comprovam que tem uma cartilha a ser rezada e quem não reza nela é descartado, vai para geladeira, para fritura e depois para a rua. Não há critério técnico, não há respeito aos profissionais. Falta respeito para com a população, que é o mais grave.

Mas de forma institucional não se percebe e um movimento de oposição...
Eu me declarei oposição desde o início, tenho desempenhado esse papel em minhas reuniões, em meu programa de rádio, mas Arnaldo é a mesma pessoa, essa prática de ocupar espaço na mídia com denuncismo sem provas é deles. Até para me defender das acusações sem provas que me fizeram, mantive essa postura, usei os mecanismos legais. Sou médico, neurocirurgião, os movimentos precisam ser precisos. Posso garantir que alheio ou parado eu não estou.

Creio que o Ministério Público e o Judiciário estão agindo também dentro da cautela e uma das provas de que estão atentos foi a recente decisão do juiz Elias Pedro Sater de suspender a locação de ambulâncias que o município pretendia realizar pagando mais de treze milhões por ano, decisão do Juiz Elias Pedro Sader Neto, que acolheu pedido do advogado Jamilton Damasceno em ação popular, e que teve parecer favorável do Promotor de Justiça Victor Santos Queiroz. Muitas coisas ainda estão sendo investigadas, inclusive ainda sobre o processo eleitoral.

E no Congresso qual tem sido a luta do senhor pelo munícipio?
A prioridade no momento é com relação a votação dos projetos ligados ao Pré-sal. Como membro titular da Comissão de Minas e Energia venho discutido essa questão há bastante tempo. Estou alguns dias ausente da Câmara porque estou acompanhando a minha mãe que se encontra internada na UTI do Prontocardio, em Campos. Mas estou engajado nessa luta desde que o senador Mercadante começou a discutir sobre a divisão dos royalties; me posicionei totalmente contrário a qualquer redução de recursos para os municípios produtores, principalmente os do Rio de Janeiro e Espírito Santo, que seriam os mais prejudicados. Cheguei a propor que qualquer alteração só fosse feita a partir da exploração do Pré-sal.

Hoje, não só eu, mas toda nossa bancada está unida em torno de não permitir nenhuma perda, nem na divisão dos recursos do Pré-sal.

Reunimos-nos com o governador Sérgio Cabral, primeiro no Palácio Laranjeiras e depois em Brasília e fechamos nosso irrestrito apoio a essa luta. O governador já declarou que fará corpo a corpo no Congresso em defesa do Estado do Rio de Janeiro, e o deputado Arnaldo Vianna e seus companheiros de bancada estarão lado a lado com ele.

A retirada da urgência na votação do projeto foi uma grande conquista. A questão dos royalties não aparece diretamente nos projetos do Executivo.

Pelo projeto, fica mantida a regra atual no que já está garantido até hoje dentro do sistema de concessão. Muitas emendas estão sendo apresentadas, só a bancada do Estado do Rio de Janeiro apresentou cerca de 25 emendas aos projetos. No último dia 10 houve reunião da Comissão de Minas e Energia, da qual sou membro efetivo, o mais antigo integrante desta legislatura. Não pude comparecer, mas estou acompanhando tudo. Quem sabe este ano só vote o projeto original, ficando as emendas para o próximo ano? Seria para mim que aniversario no dia quatro, um belo presente.

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