sábado, 6 de março de 2010

Revolução no tratamento do câncer

Médicos desenvolvem um exame de sangue capaz de identificar precocemente células malignas


POR PÂMELA OLIVEIRA

Profissionais do Instituto Médico Howard Hughes e da Universidade John Hopkins, nos EUA, desenvolveram um teste capaz de revolucionar o tratamento do câncer. Um exame de sangue personalizado pode mostrar, após o início do combate à doença, se o câncer do paciente recuou ou progrediu, abrindo a possibilidade de mudança de tratamento.

O teste, que identifica traços de DNA do tumor cancerígeno, é capaz ainda de descobrir precocemente a volta de um câncer através da identificação de grupos de células malignas. Atualmente, os exames por imagem mais modernos são capazes de apontar nódulos cancerígenos a partir de 2 milímetros, ou seja, com 2 milhões de células.

“O teste pode facilitar a administração do tratamento de uma série de pacientes. Trata-se realmente de medicina personalizada”, diz o autor dos estudos, Bert Vogelstein.

Os pesquisadores americanos recolheram amostras de tecido normal e canceroso de quatro pacientes. Depois, o grupo mapeou o código genético de cada uma das amostras e procurou, no sangue dos pacientes, vestígios de DNA liberados pelo tumor.

REMÉDIO SOB MEDIDA

“Esse tipo de exame revoluciona o tratamento do câncer. Hoje, se trata o paciente com a melhor terapia para o grupo de pacientes. Temos o remédio A e o B, por exemplo. Se o A é mais eficiente para 80% dos pacientes e o B para 50%, a opção é o A. Esse novo teste personaliza o tratamento. Vai ser possível identificar não só a melhor medicação para aquele paciente, mas a dosagem adequada”, explica José Cláudio Casali, diretor do Banco Nacional de Tumores e DNA do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

De acordo com a resposta ao tratamento, será possível oferecer terapias mais agressivas para certos pacientes, enquanto outros poderão não ter que se submeter a quimioterapias e radioterapias desnecessárias. “Sou otimista. Acredito que em cerca de 5 anos esse exame de sangue chegará aos pacientes”, diz Casali.

O Dia

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