segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Modismo que pode trazer danos à saúde


Especialistas advertem para os riscos de infecção em pessoas que resolvem colocar piercings ou fazer tatuagens no corpo


Os papéis se inverteram. A popularização de tatuagens e piercings cresceu tanto entre jovens que é mais fácil encontrar alguém que já tenha feito pelo menos um dos procedimentos do que pessoas que nunca se submeteram a nenhum deles. Mas é preciso ficar atento: esse modismo pode custar caro à saúde. Quem faz um piercing ou uma tatuagem se expõe a riscos de contaminação por bactérias e até por vírus que causam doenças graves, como a hepatite e a Aids, afirmam especialistas. Além disso, também existe o risco de reações alérgicas e de formarem-se cicatrizes indesejáveis no local.

EVITE CARTILAGEM “A pele é uma área suja, que tem barreiras de proteção natural. Entretanto, essa barreira pode não ser o suficiente nesse tipo de procedimento. Por mais que haja assepsia, tatuagem e piercings são invasivos”, explica a dermatologista Flaviane Farias.

Ela alerta que esses procedimentos deixam a pessoa mais vulnerável. “A partir do momento em que há a perfuração, também há a exposição às bactérias que vivem na pele”.

Segundo a dermatologista, é importante ficar atento à região do corpo escolhida. Locais formados por cartilagem, como orelha e nariz, são os mais arriscados. “Esses locais têm pouca vascularização sanguínea e, portanto, a resposta do organismo para a defesa é mais lenta. Isso faz com que o risco de infecção seja maior. Com o nariz, a situação é ainda pior, pois a cavidade nasal tem uma colônia maior de bactérias”, explica a médica.

Ela afirma, ainda, que a automedicação deve ser evitada. “Alguns estúdios indicam antibióticos para os clientes sem avaliar. O certo é procurar um médico para ter um diagnóstico preciso”, orienta. Foi o que fez o empresário Rodrigo Gomes, 25. Uma semana depois de colocar um piercing na orelha, teve uma inflamação que o fez parar na mesa de cirurgia. “Tirei um pedaço da orelha e fiquei internado, fazendo exames para identificar a bactéria que causou o problema”, conta. “Desaconselho todos a fazerem. Nada compensa o risco”, diz.

Clarissa Mello - O Dia

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