segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Santo Eduardo, 21 de Novembro de 2011: 150 anos de história do 13º distrito


Para não passar em branco, pois muitos nem sabem desta data, vou tentar passar nesta publicação o que temos de melhor, pois infelizmente, não estamos tendo nenhum prazer, nem orgulho de pertencermos à tão "milionária" Campos dos Goytacazes.

Uma breve história:

No dia 21 de Novembro de 1861, quando o Brasil ainda respirava os últimos ares da monarquia de Dom Pedro II e toda nossa região que beira o Rio Itabapoana fazia parte da então Província do Espírito Santo, por força de um decreto provincial, o de número 1225, era criado e anexado ao município de Campos dos Goytacazes, o distrito de Santo Eduardo.
De lá pra cá, várias transformações e várias mudanças, tanto na parte territorial quanto na parte estrutural foram mudando a maneira que o lugar foi lidando com a sua economia e consequentemente com a sua população.
No final do século XIX, o que predominava aqui na região eram os cafezais e tudo que se produzia na região ia direto para o porto da Limeira, isso até o ano de 1879. Deste ano em diante, Santo Eduardo passou a contar com uma imponente Estação Ferroviária, que serviu como ponta de linha que vinha de Campos e passou a receber toda a produção agrícola do Vale do Itabapoana para ser despachada, principalmente para a então capital da monarquia, Rio de Janeiro.

Ruínas do Porto da Limeira, no Rio Itabapoana.
Estação de Santo Eduardo em 1915. Na foto, observa-se sacas de café prontas para serem despachadas.

Bom, os anos foram passando e o café foi perdendo espaço para a cana-de-açúcar e aí, isso já no início do século XX, começa a história de muitos de nossos parentes, alguns vivos até hoje; a história dos que trabalharam na Usina Santa Maria.
Usina Santa Maria.
Foto de funcionários da Usina Santa Maria, tirada no final dos anos 40.
Vale ressaltar que a existência desta Empresa para Santo Eduardo trouxe também situações desagradáveis e que prejudicaram muito o desenvolvimento de nossa localidade, principalmente porque todo o vinhoto que era produzido na fábrica era despejado in natura no Ribeirão Santo Eduardo, fato que contribuiu para que muitos que trabalhavam lá não viessem morar na sede do distrito, pois predominava no lugar um cheiro forte e desagradável, trazendo junto com isso muitos mosquitos, que espantavam a todos e fazia o lugar ficar famoso em toda a região como a "cidade da catinga" e muitos, é claro, preferiram ir morar na localidade vizinha de Chave de Santa Maria, fato que a tornou suficientemente independente e próspera e culminou em 1960 na sua separação de Santo Eduardo, tornando-se o 18º distrito, com o nome de Santa Maria de Campos.
Santa Maria: em 1960, a localidade se separa de Santo Eduardo e torna-se mais um distrito de Campos.

Não demorou muito para que começassem os problemas de gerência na Usina Santa Maria e após sucessivas crises a mesma veio a falir no início dos anos 90, contribuindo para que a economia da região levasse um grande golpe afastando muita gente daqui a procura de sobrevivência.
Celso Peçanha, que foi Governador do antigo estado do Rio, foi com certeza é um dos nossos maiores  representantes políticos e que trouxe muitas melhorias para a nossa localidade.

A majestosa Pedra do Garrafão: com certeza um de nossos maiores símbolos

Depois deste impacto, Santo Eduardo foi se adaptando a outra realidade e se acostumando a contar com outras fontes de renda, experimentando outras culturas como as plantações de tomate e de maracujá, isso nos anos 90, mas estas plantações tiveram problemas de adaptação ao solo castigado pelas queimadas e não vingaram.

Os anos vão seguindo e hoje, praticamente vivemos do comércio, de empregos em localidades próximas e em Campos principalmente, e também, é claro, de alguns empregos políticos; esse último tem levado o lugar, a meu ver, à estagnação e a falta de grandes perspectivas, pois a classe política da cidade, infelizmente não tem adotado uma conduta que vise para nós um desenvolvimento sustentável, não tendo o mínimo de compromisso com a população como um todo, contribuindo para a decadência do lugar, viciando as pessoas à subserviência política e como consequência se omitindo de uma postura que vise à criação de trabalho e renda, tão comuns pelo país afora, mas que aqui não se observa. Não temos também uma política que vise o apoio à agricultura, que é a nossa vocação tradicional, o que têm levado muitos a pensar que o nosso futuro, caso não seja feito alguma coisa há tempo seja de muitas incertezas. 


Hidrelétrica Pedra do Garrafão, a única do município de Campos, não serve energia para o distrito e é alvo constantes de reclamações por agredir o meio ambiente.

Vista geral de Santo Eduardo. Fotografia obtida no morro do Alto Grupo.
Parabéns Santo Eduardo pelos seus 150 anos!


Mas atenção governantes: esta data é para vocês lembrarem que fazemos parte de Campos dos Goytacazes. Ou seja, exigimos atenção, respeito e atitude, pois estamos cansados de tanto desprezo. 

3 comentários:

MARCIA SARLO MOREIRA disse...

Lenilson, parabens pela sua reportagem, muito interessante, pois conta com detalhes nossa historia.

Shanna Dutra Salles disse...

Fiquei muito feliz de ver a foto do meu avô "Manoelzinho" entre os funcionários da extinta Usina Santa Maria, parabéns Pela lembrança de fatos tão importantes da história do nosso distrito

Edler Del Esposti disse...

Vi apreciei e aprendi, lindos, velhos e bons tempos, oque será de nos? acabou oque era bom, ficaram ainda coisas boas, a paisagem, o ar puto e nada mais, nada mais, oque será de nos viver de politicas que só nos castigam sem termos feito nada de mal. Adeus Campos.

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