A Petrobras vale R$ 300 bilhões , valor de mercado, final de abril deste
ano. Valia R$ 54 bilhões quando FHC deixou o governo. De 2002 a 2008, a
produção total cresceu 32,6%. O lucro líquido passou de R$ 8 bilhões pra R$
33 bilhões .
O mesmo e nas mesmas proporções aconteceu com CAIXA e BB
A receita operacional por empregado mais que dobrou. Graças à recuperação
da auto-estima dos trabalhadores de todos os escalões e à orientação de
fortalecer a empresa, com investimentos e ampliação do quadro de
funcionários, de maneira responsável, os resultados aparecem: todos os
meses temos boas novas, com descobertas de novas reservas. O ápice foi a
descoberta do pré-sal, o maior fato na área de reservas petrolíferas dos
últimos trinta anos, no mundo. Além de auto-suficiente, o Brasil poderá ser
exportador de derivados, com valor agregado. Ou poderá usar todo esse
acréscimo de reservas para seu próprio crescimento, sem depender de
importações. Na área de biocombustíveis, a Petrobras articula o mercado de
etanol e implanta o programa brasileiro do Biodiesel, referência
tecnológica mundial.
José Sergio Gabrielli, atual presidente da Petrobras, foi reconhecido
recentemente como um dos principais executivos do setor em todo o mundo. A
Petrobras, no governo Lula, é maior, melhor e mais respeitada.
Muita gente pode não ter a dimensão do que significa uma empresa do porte
da Petrobras, sob o comando do Estado nacional. O Estado é a representação
do poder público, da soberania popular. Uma empresa estratégica pode e deve
se subordinar ao interesse público. É do interesse público que ela seja bem
gerida e tenha uma transparência máxima, limitada apenas pelas normas de
segurança industrial, necessárias especialmente às empresas de alta
tecnologia e da área energética.
Dirão os que desejam investigá-la mediante uma Comissão Parlamentar de
Inquérito: queremos investigar irregularidades e isso é próprio da
democracia. Claro: terão usado os meios investigativos disponíveis?
Ministério Público, TCU, CVM, ANP?
Ou desejam uma CPI para transformar a investigação em luta político
eleitoral, contando com seus jornalões e emissoras, aliados incondicionais?
Ou desejam criar um clima hostil às estatais?
Vejam só a entrevista à revista Exame, em 2006, do grão-tucano Mendonça de
Barros, ex-ministro de FHC e ex-presidente do BNDES, quanto esta
instituição financeira ficou marcada como Banco da Privatização:
Exame - O que o senhor acha que deveria ser privatizado?
Mendonça - Há muita coisa ainda, como os serviços portuários, as estradas
de rodagem, o setor elétrico, a Petrobras.
Exame - A privatização da Petrobras seria extremamente polêmica, não?
Mendonça - Sem dúvida. Ainda não tenho opinião formada sobre o assunto, mas
se eu estivesse no próximo governo, trabalharia forte na privatização da
Petrobras. Esse não é um projeto simples. Tem de ser muito bem estudado,
muito bem planejado. Mas acho que deveríamos quebrar esse monopólio que
hoje não se justifica. Privatizar ou não é uma questão que tem de ser
avaliada de maneira objetiva, não ideológica. Não tenho nada contra a
empresa pública, mas quando a empresa pública não tem mais razão de
existir, ela precisa ser extinta, e o negócio, vendido para a iniciativa
privada.
Mendonça admite sinceramente o que Serra, Aécio e FHC tem vergonha de
assumir: o PSDB é o partido da entrega do patrimônio público e o DEM é
apenas o coadjuvante. A CPI da Petrobras é apenas mais um lance da
trajetória desse pessoal, que tem um pé na política e outro no mercado
financeiro.
A gestão neoliberal tucana marcou, sem dúvida, a história da Petrobras, com
três fatos: a fúria anti-sindical que tentou aniquilar os trabalhadores na
greve de 1995; o naufrágio da plataforma P-36, no qual onze trabalhadores
morreram, em 2001; e a tentativa marota de mudar o nome de Petrobras para
Petrobrax, em 2000. A alegação para a mudança era o fato de que a Petrobras
é uma empresa internacional e não poderia ter seu nome associado a um país.
Diante da revolta que eclodiu em todo o país, o governo tucano desistiu da
mudança. Se aceitássemos a pequena malandragem, o passo seguinte seria
dizer que uma empresa com ações em Wall Street não poderia estar sob
comando estatal.
O que seria, então, das reservas bilionárias do "pré-sal"?
Mas, graças aos que resistem, o pré-sal é nosso. O petróleo é nosso. O
biocombustível é nosso.
O povo não se entrega aos entreguistas. A CPI é um gesto desesperado de
quem não tem proposta para o Brasil, a não ser vender, vender, vender.
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