sexta-feira, 30 de março de 2012

Especialistas recomendam comer sem culpa durante a Páscoa

Nutrólogo aconselha optar por chocolates com alta porcentagem de cacau, de 50% para cima
Nutrólogo aconselha optar por chocolates com alta porcentagem de cacau, de 50% para cima 

Parece uma missão impossível resistir a tantos tipos, formatos e diferentes combinações de chocolates na Páscoa? Pois não resista: permita-se, sim, algum excesso e coma sem culpa, recomendam especialistas em emagrecimento. Mas faça isso apenas e tão somente na Páscoa. Nos demais dias do ano, a receita para manter o corpo em forma é a tradicional combinação de dieta saudável e atividades físicas regulares.
O médico Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), explica que o chocolate é o alimento com a maior densidade energética, ou seja, a maior quantidade de calorias por peso. “Mas ele não é proibido. A quantidade adequada é o consumo três vezes por semana, em porções de 40 g”, afirma. A porção de 40 g equivale a três bombons de chocolate ao leite.
Claro que, durante o “feriado nacional do chocolate”, essa quantidade parece irrisória. Para não engordar, a recomendação de Durval Filho é deliciosamente simples –comer chocolate à vontade, mas só durante a Páscoa. “Sei que não adiantaria dizer ‘não comam chocolate’, ou ‘comam pouco chocolate’. Seria irreal”, diz ele. “O problema é que as pessoas começam antes e guardam o que sobra na geladeira, depois passam meses comendo chocolate. Isso, sim, engorda.”
Uma dica do nutrólogo para evitar o peso extra na balança é comer um pouco de nozes, amêndoas ou castanhas -as chamadas oleaginosas- antes de começar as refeições da Semana Santa. Isso porque, embora tenham alto teor calórico, elas ajudam a dar a sensação de saciedade. O resultado é a impressão de que há menos espaço no estômago para o almoço e a sobremesa.
E se você acha (ou tem a certeza) de que passou da conta durante esse período, um segredo para evitar os quilos extras é reduzir o tamanho do prato nos dias seguintes. “Uma estratégia é procurar compensar o alto consumo de calorias nos dias seguintes, ingerindo menos do que a pessoa normalmente ingere. Se passou três dias comendo demais e depois fica três dias comendo menos, o ganho calórico é neutralizado”, afirma Ribas Filho.
Escolha certa
Já que o chocolate é quase inevitável, outro conselho do nutrólogo é optar por produtos com alta porcentagem de cacau, de 50% para cima. A informação costuma ter destaque nas embalagens. “Chocolate com alto teor de cacau tem efeitos muito benéficos para o sistema circulatório”, afirma. São as mesmas calorias do chocolate tradicional, mas elas são “compensadas” pelos inúmeros pontos positivos que o produto traz para a saúde.
Estudos que acompanharam pacientes por mais de 50 anos comprovaram que o chocolate ajuda as artérias a relaxar e se expandir, o que melhora o fluxo sanguíneo, diminui o esforço do coração e ainda reduz a pressão sanguínea.
A ingestão do cacau também contribui para evitar a formação de placas bloqueadoras nas artérias, com uma espécie de efeito anticoagulante que diminui até o risco de ataques cardíacos. “E ainda age no cérebro, produzindo uma sensação de felicidade”, garante Ribas Filho.
Queima de calorias
Para aproveitar o feriado sem culpa, o professor de educação física da MAC Assessoria Esportiva Rodrigo Domingues aconselha que as pessoas esqueçam um pouco as continhas de quantas calorias estão ingerindo e se lembrem que o mais importante é o balanço entre consumo e gasto calórico. “Um nadador de nível olímpico, por exemplo, ingere até 12 mil calorias por dia. Mas ele gasta tudo”, afirma. A recomendação média de ingestão de calorias é de 2.000 para mulheres e 2.500 para os homens.
Isso, porém, não significa sair correndo na manhã de segunda-feira para queimar de uma vez os chocolates que comeu a mais. Os treinos devem aumentar em tempo e intensidade gradualmente, para não provocar prejuízos à saúde. “O importante é ter uma continuidade, pois só a frequência nas atividades físicas vai promover o equilíbrio entre ingestão e gasto energético. Temos sempre que pensar a médio e longo prazo, ter um plano contínuo de exercícios”, diz.
Se a intenção é perder peso -adquirido antes ou durante a Páscoa-, prepare-se para suar. Segundo o professor, esse é o melhor caminho. “Quando você só ‘fecha a boca’, principalmente se corta ingestão calórica de forma drástica, seu metabolismo se desacelera e você queima menos calorias. É uma herança da época em que não existia geladeira: o corpo entende que é um período de escassez e passa a economizar energia.”
Os exercícios recomendados são os de alta intensidade, como corrida, natação e “spinning”. “Caminhadas e hidroginástica são mais fáceis, não há risco de lesões, mas a intensidade é baixa, então não servem para emagrecer”, garante o professor. Claro que existem outros benefícios, lembra ele, como um relativo aumento das capacidades pulmonar e cardíaca, redução dos níveis de açúcar no sangue, melhora da mobilidade e equilíbrio hormonal. Mas os quilinhos a mais permanecem.
Luciana Alvarez
Do UOL

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