Projeto prevê realização de 40 sessões para alunos da rede municipal de ensino; veja a explicação da prefeitura
Campos, um município que não realiza manutenção de praças, canteiros e jardins, reduziu a limpeza pública, tem bairros na mais completa escuridão, vê semáforos caindo sobre pessoas, e está com a Saúde na UTI, vai gastar R$ 640 mil em sessões de cinema. A licitação, na modalidade pregão presencial, teve como ganhadora a Alves Empreendimentos Ltda, conforme a homologação publicada na edição desta segunda-feira (22) do Diário Oficial do Município e reproduzida abaixo.
As projeções são parte do Projeto Cinema Itinerante, que pretende usar filmes como “complemento pedagógico” e prevê realização de até 40 sessões para alunos de escolas públicas da rede municipal de ensino. O valor de cada sessão para até mil espectadores é de R$ 16 mil.
Segundo o subsecretário pedagógico da secretaria municipal de Educação, Cultura e Esporte (Smece), Rafael Damasceno, “o cinema é uma manifestação cultural muito atrativa para os nossos alunos. Além de ter forte caráter pedagógico, pelo poder de abordar diversas questões que perpassam nosso cotidiano, é um momento de muita diversão, que pode aproximar alunos e professores”.
Porém, para uma Prefeitura que alega dificuldades financeiras, não parece bom negócio. Caso a lotação máxima seja alcançada em cada uma das projeções, que serão realizadas em tela inflável e possivelmente ao ar livre, o valor por espectador é de R$ 16. Mais caro que o praticado pelos cinemas da cidade em meias-entradas — benefício garantido por lei a estudantes — para sessões 3D durante os fins de semana, que variam de R$ 10,50 a R$ 12,16, incluindo custos de conveniência da compra online. Isso em locais com poltronas adequadas, climatização e ambiente favorável e sem considerar eventuais descontos obtidos pelo grande número de alunos.
Em nota, a prefeitura de Campos esclareceu que “a verba utilizada para a contratação do Cinema na Escola é uma verba federal para a Educação, com uso de fim específico, não podendo ser utilizada, por exemplo, para Saúde, realização de pagamento de pessoal ou outros fins. Além de atender a alunos, professores e pais da comunidade escolar, o Cinema na Escola também atenderá a população, já que as sessões serão abertas. Comparar este projeto com uma sessão de cinema no ambiente convencional é uma visão equivocada de quem desconhece o que é uma política pública pedagógica. O Cinema na Escola não é mero entretenimento, já que ele vai oferecer conteúdos reflexivos, além de uma experiência educacional e social, que servirá como um complemento pedagógico ao conteúdo trabalhado em sala de aula. A prefeitura de Campos utiliza ferramentas dinâmicas e em experiências vividas além das salas de aula para eficientizar o aprendizado. Exemplo disso, foram algumas das ações desenvolvidas ao longo do ano de 2017 pela Smece, como, por exemplo, a que levou alunos ao Trianon, quando tiveram a oportunidade de assistirem ao espetáculo ‘O Grande Circo Clássico’. Como princípio, a prefeitura de Campos ressalta a transparência em suas ações e que está aberta a qualquer esclarecimento”, conclui a nota.
Confira abaixo a publicação no Diário Oficial:
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Matéria do Jornal Terceira Via
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