Não fosse a doação de R$ 20 milhões da Assembleia Legislativa para ajudar os municípios alagados pelas enchentes no Norte e no Noroeste Fluminense, algumas cidades como Bom Jesus de Itabapoana estariam à seca. Isso porque o Ministério da Integração Nacional ainda não liberou os recursos prometidos para as cidades que ficaram debaixo d'água com os alagamentos que assolaram o país no fim do ano passado.
Mas o ministro Geddel Vieira Lima não é o único culpado em não repassar os recursos de Bom Jesus de Itabapoana e seus vizinhos. O deputado estadual Gilberto Palmares se queixou com a secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, sobre contrapartidas por danos ambientais pagas por pequenas hidrelétricas instaladas na região, mas que não voltam para os cofres do município.
O dinheiro foi visto bem longe de lá, na conta da Fundação Jardim Botânico, no Rio.
— Há, pelo menos, três pequenas hidrelétricas sendo construídas lá. Esse dinheiro nem é tanto, mas foi desviado para o Jardim Botânico e deveria ser aplicado em projetos sociais e ambientais naquela região, que ficou debaixo d'água — diz o deputado.
Projeto engavetado
Gilberto Palmares também cobra do governo federal que tire do papel o Projeto Managé, criado pela Universidade Federal Fluminense em 1995 para promover o desenvolvimento sustentável de 18 municípios da Bacia do Itabapoana, que banha três estados: Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Aqui, as cidades beneficiadas seriam Campos, São Francisco do Itabapoana, Porciúncula, Varre-Sai e Bom Jesus do Itabapoana.
No fim das contas, reclama o deputado, esses municípios ficaram sem um centavo federal para se recuperarem das enchentes e sem um conjunto de propostas da UFF para buscarem o desenvolvimento numa região que começa a ser tomada pelo semi-árido.
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