Pré-candidato faz ato simbólico e consegue cópia de setença para recorrer de decisão que o deixa fora da disputa pelo governo do estado
Correndo contra o tempo para tentar suspender a decisão da Justiça Eleitoral que o tornou inelegível por três anos, o ex-governador Anthony Garotinho, que era pré-candidato ao governo estadual pelo PR, promoveu ontem ato simbólico de protesto contra o que chamou de “demora” do Tribunal Regional Eleitoral em publicar a sentença que o condenou. Garotinho foi à sede do TRE, no Centro do Rio, acompanhado de seu advogado, Jonas Lopes Neto, para supostamente pressionar o Tribunal a liberar a decisão. “O prazo para registro de candidatura se encerra no dia 5 de julho. Cada dia que passa eu vou perdendo tempo necessário para apresentar meus recursos contra a decisão do TRE, que eu considero equivocada”, disse Garotinho. Ele acusou o TRE de não cumprir o regimento interno da Corte.
A assessoria do Tribunal informou que a decisão será publicada no Diário Oficial (DO) da Justiça Eleitoral na segunda-feira. Uma cópia da sentença foi entregue ontem ao advogado do ex-governador. Com isso, o prazo para apresentação de recurso contra o acórdão já começou a contar e vai até quarta-feira. A demora na publicação teria sido motivada porque o DO não circula desde quarta-feira, por causa do feriado de Corpus Christi.
Garotinho foi considerado inelegível no dia 27. No mesmo processo, a mulher dele, a ex-governadora Rosinha Matheus (PR), teve o mandato de prefeita de Campos cassado. Os dois foram acusados de abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação na campanha eleitoral para a prefeitura campista, em 2008. Para poder concorrer a governador em outubro, Garotinho tem de obter, até o dia 5 de julho, recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendendo a sentença.
A convenção do PR para homologar as candidaturas às eleições de outubro será dia 27, no Riocentro. Além de confirmar o nome de Garotinho para disputar o governo estadual, a reunião também decidirá se o partido no Rio vai apoiar a candidatura de Dilma Rousseff (PT) ou de José Serra (PSDB) a presidente da República. Apesar da direção nacional do PR ter declarado apoio a Dilma, Garotinho disse que o partido liberou os estados para tomarem decisões individuais “de acordo com suas conveniências”. Ele disse que ainda está conversando com o senador Marcelo Crivella (PRB) sobre uma provável aliança. “Tudo é possível”, disse Garotinho.
Por Ricardo Villa Verde - O Dia
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