segunda-feira, 6 de junho de 2011

RJ decreta reserva de 20% das vagas para negros e índios em concursos


A cada cinco aprovados, a quinta vaga fica destinada a um negro ou índio.
'Começamos a mudar a imagem do serviço público', diz Cabral.


O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, assinou no Palácio Guanabara, nesta segunda-feira (6), decreto que reserva 20% das vagas para negros e índios em concursos públicos para preenchimento de cargos efetivos na administração pública direta e indireta no estado.
"Tem alguma coisa mais nojenta que o preconceito. É o que há de pior, a gente não pode aceitar. Picharam a imagem de Zumbi na Presidente Vargas e, hoje, a estátua está limpa e o decreto está assinado", disse Cabral. "E a imagem do serviço público brasileiro começa a mudar a partir do Rio de Janeiro", acrescentou o governador.
Os candidatos deverão se declarar negros ou índios no momento da inscrição no concurso. Mas a autodeclaração é facultativa: caso o candidato opte por não entrar no sistema de cotas, ele fica submetido às regras gerais do concurso. Para serem aprovados, todos os candidatos – inclusive índios e negros autodeclarados – precisam obter a nota mínima exigida. Se não houver negros ou índios aprovados, as vagas das cotas voltam para a contagem geral e poderão ser preenchidas pelos demais candidatos, de acordo com a ordem de classificação.
A nomeação dos aprovados também obedece à classificação geral do concurso, mas a cada cinco candidatos aprovados, a quinta vaga fica destinada a um negro ou índio.
Lei vigora em 30 dias
O decreto, que entra em vigor 30 dias após sua publicação, também leva em consideração o artigo 39 da Lei Federal 12.288, de 20 de julho de 2010, que impõe ao poder público a promoção de ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a população negra, inclusive com a criação de sistema de cotas.

O decreto vai vigorar por pelo menos 10 anos e seus resultados serão acompanhados pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos. A cada dois anos, a secretaria produzirá um relatório a ser apresentado ao governador em exercício. No último trimestre do prazo de 10 anos, a secretaria apresenta um relatório final, podendo recomendar a edição de um novo decreto sobre o tema.
Na plateia do evento estavam presentes representantes de organizações afro-descendentes, movimentos negros e sociais, e também indígenas. "Até hoje não existia nada que permitisse aos índios ter acesso ao governo. Agora poderemos ocupar órgãos públicos, ter nossa sala, nossa mesa, e mostrar um pouco mais da nossa cultura", disse o índio Afonso Chamaskini, que vive na Aldeia Maracanã, um prédio que abriga descendentes de indígenas localizado em frente ao Estádio do Maracanã.
"É um dia de vitória para toda a população negra", disse a ministra de Igualdade Racial, Luiza Bairros, que estava presente na assinatura do decreto, que ocorreu nesta manhã no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio. Ela diz que está analisando a forma de levar a experiência fluminense para o governo federal.
G1

2 comentários:

Amaro. disse...

Este é o maior ato de Preconceito que já vi.
Se somos iguais e todos lutma pela igualdade por que isto.
Mas disto ninguém reclama....

Ediane disse...

É muito engraçado falar em preconceito agindo assim.
Nunca concordei com isso, mesmo antes quando era para cotas em universidades, agora então...
Quer preconceito maior? Isto é afirmar que um negro ou índio não tem a mesma "capacidade" que as outras raças.
Além do mais é de ,certa forma, preconceito com as outras raças, pois onde estão as cotas para estas?
O governo deve sim é investir em educação de qualidade para todos, sem discriminação de raça ou cor e parar de perder tempo com decretos inúteis.

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