Viação Brasil é alvo de reclamações sobre superlotação e insegurança.
Empresa promete incluir novos ônibus nas linhas para melhorar atendimento.
Superlotação e falta de segurança. Para quem utiliza o transporte público oferecido pela empresa Brasil a situação já faz parte da rotina. Na manhã desta segunda-feira (20), os passageiros que saíram de Miracema, no Noroeste Fluminense com destino à cidade de Campos dos Goytacazes, no Norte do Estado, tiveram que enfrentar um ônibus lotado com o dobro de passageiros. São 150 quilometros de viagem, desconforto e cansaço.
Na altura do distrito de Portela, que pertence à cidade de Itaocara, no Noroeste Fluminense, uma mulher viajou cerca de 50 quilômetros com uma criança no colo em um local impróprio para a acomodação de passageiros, ao lado da única porta do ônibus, ao lado do motorista. Ela preferiu não ser identificada, pois faz a viagem com frequência.
"Entre ir em pé e conseguir um cantinho no ônibus, prefiro vir sentada aqui. Sei que é perigoso e que se acontecer um acidente podemos nos machucar, mas a verdade é que nenhuma poltrona possui cinto de segurança", contou ela, ainda com o fliho no colo.
A empresa Brasil é a única que oferece o transporte para a região Norte e Noroeste do Estado, com destinos para as cidades de São Fidélis, Cambuci, Itaocara, Aperibé, Santo Antônio de Pádua e Itaperuna.
A aposentada Maria do Socorro, disse que pelo menos duas vezes por semana precisa sair da cidade de Cambuci e viajar até Campos para ajudar a filha com um bebê recém-nascido.
"Assim que meu neto nasceu eu comecei a usar o transporte público para ajudar a minha filha. Não imaginei que a situação era tão ruim. Já viajei mais de três horas em pé, me segurando nas pessoas do corredor, porque não havia lugar para sentar. Eu tenho direito à gratuidade devido à idade, mas nunca utilizei o serviço por falta de chance", disse.
Outro problema indicado pelos passageiros é com relação à compra de passagens. Como o veículo, costumeiramente, para fora dos pontos de ônibus, muitos usuários não possuem as passagem compradas nos guichês e solicitam direto com o motorista, porque não há cobrador.
O estudante de administração Matheus Dias, que visita a família na cidade de Aperibé, no Noroeste Fluminense, durante os fins de semana, disse ficar desanimado de enfrentar a viagem e opta pelas caronas dos amigos que também passam pela região.
"Geralmente consigo ir sentado até a metade do caminho, mas o ônibus vai ficando tão cheio que eu cedo meu lugar para quem precisa mais do que eu, os idosos, as mulheres grávidas. Isso sempre acontece comigo e a empresa não tem a menor atenção e nem cuidado com os passageiros", contou.
De acordo com o gerente de tráfego da empresa Brasil, Henrique Fagundes, 13 novos ônibus foram comprados e serão disponibilizados no fim do mês de maio e na primeira quinzena do mês de julho, a fim de suprir a necessidade. Em relação à falta de cinto de segurança, o gerente informou que os próprios passageiros empurram o item para dentro das poltronas e que os ônibus dispõem do equipamento.
Segundo a assessoria de imprensa do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (DETRO), a fiscalização nos veículos da empresa Brasil, irá acontecer até o fim dessa semana. A assessoria informou que os modelos dos ônibus da empresa, com apenas uma porta, não podem transportar passageiros em pé e todos os veículos precisam disponibilizar o cinto de segurança.
Matéria extraída do G1 Norte Fluminense
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