segunda-feira, 1 de julho de 2013

Folha da Manhã visita Santo Eduardo e faz matéria mostrando nossas mazelas.

Tive a oportunidade na semana passada de receber uma equipe do periódico campista, Folha da Manhã, para mostrar mais uma vez para o restante dos munícipes as nossas questões, principalmente as mais importantes do nosso dia a dia, que nunca são resolvidas. Foram tantas coisas para mostrar que tenho certeza que me esqueci de algumas, mas o jornal dedicou uma página inteira para falar dos nossos problemas e também cobraram das autoridades algumas respostas que foram publicadas na reportagem, inclusive algumas mentirosas, como por exemplo, a prefeitura afirmar que aqui temos serviços do Programa Emergência em Casa, com UTI móvel. Simplesmente ridículo isso. Confira na íntegra a reportagem:

Distrito sofre com problemas diversos

O 13º distrito de Campos, Santo Eduardo, localizado a um pouco mais de 70 km do Centro de Campos, sofre com problemas, segundo moradores, de cemitério sem espaços para novos jazigos e problemas nas galerias pluviais, transporte público precário, pontes sem manutenção, Unidade Pré-Hospi-tal João da Cruz Lubanco com falta de serviços, ruas sem galerias pluviais, praça sem brinquedos e reformas, obra da creche escola Professor Paulo Freire paradas há mais de seis meses, iluminação precária e falta de sinalização em todo o distrito. A população se sente abandonada pelo poder público.
De acordo com moradores de Santo Eduardo, o cemitério que possui um pouco mais de 300 jazigos, já não tem espaço para mais nenhum. A população informou que, o local abriga, além de Santo Eduardo, óbitos de localidades, distritos e até mesmo municípios vizinhos. Segundo o fotógrafo Lenilson Werneck, a população já reclamou o problema junto à prefeitura, mas nada foi feito. Além disso, um problema na galeria pluvial da estrutura está alagando o centro do distrito, prejudicando moradores e comerciantes. Outro problema, relatado pelo fotógrafo, são as más condições do transporte público, onde alguns passageiros viajam em pé e sem segurança.
— A falta de espaço no cemitério é um problema antigo. O proprietário de um terreno, localizado ao lado do cemitério, já propôs a venda do espaço para a prefeitura, mas o poder executivo ainda não se pronunciou quanto ao assunto. Temos poucos ônibus aqui no distrito, não há cintos de segurança e os ônibus trafegam superlotados — disse o fotógrafo.
Já o comerciante Jones Vasconcelos, de 58 anos, destacou o problema com a iluminação pública que está precária, deixando vários pontos do distrito às escuras e a praça do local está abandonada, sem brinquedos e reformas. “A frente da minha casa estava muito escuro e resolvi por conta própria instalar uma luz no poste, que não tinha e pago o que a prefeitura deveria pagar. A praça está abandonada há anos. Há apenas bancos e um ponto de ônibus”, disse.
De acordo com a assessoria de Comunicação da prefeitura, o presidente da Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca), Celso Gonçalves, informou que iniciou na última terça-feira uma série de visitas aos cemitérios do município a fim de levantar todas as situações apresentadas nos locais e providenciar as medidas necessárias para solucioná-las. 
Já em relação ao transporte precário, o Instituto Municipal de Trânsito e Transportes (IMTT) informou que, uma nova licitação se encontra em andamento e a expectativa é de que ainda este ano, novas linhas sejam criadas com ônibus modernos, que irão proporcionar segurança e conforto para os passageiros. A licitação está prevista para ser li-brada ainda neste ano.
Quanto a iluminação, o presidente da Campos Luz, Igor Gomes, informou que neste ponto do distrito não existe rede de energia e que os moradores devem solicitar o serviço à concessionária de energia elétrica.
Moradores querem solução imediata
Quanto aos questionamentos de segurança e escola, a população de Santo Eduardo não tem o que queixar. Porém, os moradores do distrito relataram que a obra da creche escola Professor Paulo Freire está parada há mais de seis meses e ruas como, Travessa Rodrigues e Auto Campos, estão com problemas nas galerias pluviais, alagando as residências em épocas de chuvas. “Esse problema é constante. Não podemos permanecer nesta situação”, disse o vigilante Ivan Cubas, de 47 anos.
Outros problemas, destacado por moradores, é a falta de manutenção nas pontes do distrito; a ponte que liga o distrito à comunidade Garrafão, sob o rio Ribeirão de Santo Eduardo, está quebrada e a ponte que liga o bairro Departamento ao centro do distrito foi mal projetada e provoca acidentes. “Essas pontes foram consertadas recentemente, mas já acumulam problemas. Outra questão é falta de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Unidade Pré-Hospitalar João da Cruz Lubanco. Faltando também, UTI móvel e o programa Emergência em Casa. Também, não há sinalização no distrito, onde motoristas perguntam constantemente aos moradores por onde seguir”, relatou a doméstica Luiza de Oliveira, de 55 anos.
Em nota a assessoria de imprensa informou que, a unidade em questão é uma unidade pré-hospitalar e somente os hospitais podem disponibilizar serviços de UTI com a estrutura necessária. A população conta, ainda, com os serviços do programa Emergência em Casa, com UTI móvel, em todos os bairros e distritos de Campos. Quanto a sinalização, o IMTT, informou que uma equipe vai ser enviada ao distrito para fazer um levantamento e avaliar a necessidade de fazer uma completa sinalização nas ruas do local. Já a assessoria da secretaria de Educação, Cultura e Esportes disse que, de acordo com informações da secretaria de Obras, Urbanismo e Infraestrutura, a obra da creche já foi retomada.
 Local que vive da produção agropecuária
O distrito de Santo Eduardo foi criado em 1861 e já foi um dos principais núcleos de produção agropecuário do município de Campos, que nos remete à saga de nossos ancestrais na construção do futuro, que pelas esperanças e torcidas, teriam o retorno de amplo desenvolvimento. A presença dos ingleses na região para a construção da estrada de ferro, ligando os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, deu nome à cidade e consagrou o padroeiro, uma homenagem ao Rei Eduardo, da Inglaterra, que para o exercício da fé ao santo estrangeiro acabou ganhando o respeito dos fiéis.
Os primeiros donos foram os Salgados, depois foi invadida pelos Ramalhos, que dividiram a Comunidade em várias propriedades, inclusive o Salgado, onde havia um Quilombo (de negros), sendo negociada com a Família Freire.
Nos primórdios, o Ribeirão (antes valão), dividia a localidade em duas partes: do lado da Praça, pertencia a Campos e o outro a Itaperuna. Mais tarde, a Prefeitura de Campos “assenhorou-se” da parte de Itaperuna; sendo mais tarde pleiteado o antigo marco por Bom Jesus do Itabapoana. Não conseguindo, delimitou-se uma linha divisória imaginária para 1 km e meio da localidade.
Assim surgiu o distrito de Santo Eduardo, uma localidade considerada tranquila.
Dulcides Netto
Fotos: Rodrigo Silveira

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