terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Pai preso por espancar filho recém-nascido no Farol de São Tomé

Suspeito foi detido na manhã desta terça-feira
Suspeito foi detido na manhã desta terça-feira / Catarine Barreto

Um recém-nascido, de 25 dias, está internado em estado grave no Hospital Ferreira Machado (HFM), desde a tarde do último sábado (19). Inicialmente, com base no boletim de atendimento médico, o bebê estaria com trauma no crânio, na face e hematomas. O caso, apresentado pelos pais da criança, em um posto de saúde de Farol de São Thomé, como um acidente doméstico — queda de cama — passou a ser investigado como tentativa de homicídio, agravada por motivo fútil. Na noite dessa segunda (21), a mãe mudou sua primeira versão do fato e registrou, na 134ª Delegacia de Polícia (Centro), que o marido teria espancado o próprio filho, porque o bebê golfou (vomitou) nele.

Detido na manhã desta terça (22), o pai do recém-nascido não confirmou as declarações da mulher de que segurava o filho e que, quando o menino vomitou, ele o jogou na cama e desferiu cinco socos em sua cabeça e rosto. Já a mãe, que só registrou o caso dois dias depois, será ouvida novamente pela polícia para saber se foi pressionada e, com medo do marido, apresentou a versão da queda na unidade de saúde e no hospital, ou se foi conivente com a situação. As informações são do delegado titular da 134ª DP, Bruno Cleuder, que acrescentou que também vai apurar com o HFM por que, se houve suspeita de algo diferente de um acidente, o caso não foi notificado à polícia.
O delegado não descarta nenhuma hipótese, mas afirma que, com base nas informações do boletim médico e com as impressões dos policiais que estiveram no hospital, é improvável que o bebê tenha se ferido tão gravemente em uma queda e que os indícios são de espancamento.

O caso — Na tarde de sábado (19), o recém-nascido foi levado pelos pais a uma unidade de saúde da praia de Farol. De lá, o menino foi levado, às pressas, para o Hospital Ferreira Machado. Nesta terça, a assessoria do HFM informou que o estado de saúde da criança é considerado grave e ela permanece internada na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP). A versão de que a criança foi agredida pelo pai somente surgiu na noite de segunda, por volta das 23h30, quando a mãe foi à delegacia e relatou aos policiais não ter ido prestar queixa imediatamente por medo do suspeito.
 
A mulher foi à DP acompanhada pelo pai e contou que o marido estava brincando com o menino, que teria golfado em sua roupa. Em reação, ele teria jogado o bebê na cama e, após tentar enforcá-lo, teria golpeado a criança no rosto, com cinco socos.
— Fomos hoje (terça-feira), logo cedo, verificar o BAM (boletim de atendimento médico), já que o hospital não havia notificado o fato. Também, logo depois das 6h, fomos à casa da mãe do suspeito, em Donana, local em que ele estaria. Como não tínhamos mandado de prisão ainda, fomos convidá-lo a vir à delegacia prestar esclarecimentos. Quando ele notou a presença da polícia, se evadiu, fugiu pela janela. Retornamos ao hospital, fizemos algumas diligências e, em novo contato, retornamos a Donana, onde ele foi detido e trazido para prestar suas declarações — contou o delegado.
Segundo Cleuder, nenhuma hipótese foi descartada. “Ele (o pai do bebê) ainda está sendo ouvido e, até o momento, ele nega tudo e continua dizendo que foi uma queda da cama. Informalmente — porque falta ainda o laudo médico —, com base no que os policiais conversaram e com informações do BAM, houve trauma craniano, vários hematomas, várias equimoses na face, que não seriam compatíveis com a versão de queda. Não é impossível, mas é muito improvável. Trabalhamos com indícios, e os indícios caminham no sentido de que a versão da mãe de que foram socos, aproximadamente cinco socos desferidos contra a face e o crânio da criança, seja mais compatível com as lesões”, concluiu o delegado.

Folha da Manhã

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