A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou nesta sexta-feira (21) que as pessoas que tomaram a vacina H1N1, contra a nova gripe, podem ter resultado positivo para HIV mesmo sem ter o vírus que provoca a Aids. Segundo a agência, o falso resultado positivo pode ocorrer até 112 dias após a pessoa ter se vacinado contra a gripe.
O falso resultado acontece porque a vacina contra a gripe aumenta a produção de um anticorpo, chamado de IgM (o primeiro batalhão de defesa do organismo), que “engana” o Elisa, o teste mais comum feito no Brasil para diagnosticar o vírus da Aids. Essa reação faz o organismo reproduzir uma condição parecida com aquela de quem tem o vírus HIV.
A técnica Lílian Inocêncio, responsável pela área de Laboratórios do Departamento de Aids do Ministério da Saúde, disse que o procedimento padrão da rede pública de saúde em casos de resultado positivo para HIV já é fazer a contraprova por meio de outro tipo de exame, o Western Blot, mais caro.
Segundo a Anvisa, não há motivo para pânico. “Ninguém precisa se preocupar porque nenhum paciente vai receber o resultado positivo sem que seja feita a contraprova”, afirmou Lilian. De acordo com ela, nenhum paciente é informado de que tem o vírus HIV sem que seja feita antes a contraprova.
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (21) no Rio de Janeiro, o ministro da Saúde José Gomes Temporão alertou sobre o falso resultado positivo.
“Quando acontece esse falso positivo, que são casos raros, qual é a consulta? É muito simples: isso só acontece dentro de 30 dias a partir do momento que a pessoa tomou a vacina. Dando positivo, ela vai refazer esse teste, com um teste mais sofisticado, e esse vai dar, com certeza, se ela é positivo ou não”, afirmou. Ele fez questão de esclarecer que a vacina contra H1N1 não oferece nenhum risco de transmissão de HIV.
Problema incomum, mas sem gravidade
“Não é comum essa reação cruzada, esse encadeamento de falsos-positivos [quando um teste diz que a pessoa está doente, mas ela não tem nada] por geração de anticorpos para vírus tão diferentes, o H1N1 e o HIV”, aponta Edecio Cunha-Neto, chefe do Laboratório de Imunologia Clínica e Alergia da USP.
“No limite, o que acontece com a produção industrial em ritmo acelerado da vacina contra a nova gripe é que, se a quantidade de adjuvantes, os componentes que potencializam a ação da vacina, estiver um pouco acima, pode fazer a resposta imunológica ter uma reatividade cruzada: acabar dando positivo para várias outras coisas.”
“Não tem nenhuma gravidade, do ponto de vista que a pessoa não está realmente infectada, mas a contraprova é importante”, diz Cunha-Neto.
G1
2 comentários:
Olá e para quem tem o virus do papilomano ( hpv)o que acontece ela acaba tendo ovirus hiv.
Emerson,
A Nota Técnica em questão é verdadeira. Trata-se de um aviso aos serviços de saúde, alertando para a necessidade de investigação contraprova após 30 dias, no caso de pessoas que tomaram a vacina contra H1N1 e tiveram resultado positivo no exame de detecção de anticorpos contra HIV.
Não há motivo para alarme neste comunicado. O problema seria se o exame indicasse falso-negativo, o que não é o caso.
A possibilidade de ocorrência do falso-positivo para HIV, após a vacinação contra H1N1, conforme explica a Nota, está ligada aalterações nos níveis de anticorpos IgM, que interferem no resultado do exame.
O falso-positivo não ocorre em todos os exames de HIV pós-vacinação contra H1N1, mas apenas em uma pequena parcela. Nos casos em que houver resultado positivo, a orientação do Ministério da Saúde, por meio da Coordenação de DST/AIDS, é que ainvestigação seja feita com uso de outro teste, denominado Western Blot, e também que o paciente seja reconvocado para colher nova amostra de sangue após 30 dias. A investigação do diagnóstico nestes casos deve permanecer até a obtenção de um resultado definitivo.
Para as pessoas que se vacinaram a doaram sangue neste período da campanha, e cujo resultado sorológico tenha dado positivo para HIV, permanece a mesma recomendação acima, e o sangue doado será submetido aos procedimentos de segurança já adotados pelos bancos de sangue.
O Ministério da Saúde reitera a importância de que os grupos prioritários tomem a vacina contra H1N1 até a próxima sexta-feira, quando se encerra a última etapa da campanha.
Mais informações:
fernanda.scavacini@saude.gov.br
Atenciosamente,
Ministério da Saúde
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