O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na segunda-feira que após deixar o governo vai se dedicar a aprovar a reforma política que considera necessária para disciplinar o processo eleitoral.
Ele disse que as transformações políticas e tributárias não conseguem ser aprovadas pelo Congresso basicamente porque "cada um quer aprovar sua reforma."
"Eu quero dizer que quando deixar a Presidência eu quero me dedicar a fazer uma reforma política, uma coisa mais séria para este país. Nós temos o direito, para que a gente tenha as coisas mais definidas no processo eleitoral", disse Lula a jornalistas após receber homenagem da indústria de infraestrutura.
No discurso aos empresários, Lula lembrou que três meses depois de tomar posse no primeiro mandato, em 2003, levou a proposta de reforma tributária ao Congresso Nacional acompanhado de 27 governadores.
Mas ela não aconteceu. No segundo mandato, o governo buscou o consenso para a aprovação do projeto, com o diálogo com toda a sociedade e os partidos políticos.
"(Tudo isso) para chegar no Congresso aprovada por unanimidade. Por que não foi aprovada? Por que a verdade é que, tanto quanto a reforma política que todo mundo fala que é necessária, as pessoas não querem. Por que cada um quer a sua reforma. E ela não acontece", disse Lula em discurso durante cerimônia da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).
Faltando quatro meses para o fim de seu governo, Lula comprometeu seu partido com a reforma política. "O meu partido e os partidos aliados vamos fazer o compromisso de realizar a reforma política", disse.
Pela manhã, Lula compareceu à porta da fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (SP), para panfletar para a candidata à Presidência Dilma Rousseff (PT), que o acompanhou. Foi primeira vez que Lula atuou na campanha junto a uma indústria.
"Hoje aconteceram duas coisas gratificantes. Eu levei minha candidata na porta da fábrica. Ou seja, nunca antes na história do Brasil um presidente da República em final de mandato teve coragem de ir na porta da fábrica se despedir dos trabalhadores e ser homenageado pelos empresários", afirmou.
(Reportagem de Carmen Munari) Reuters
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