segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Mudança de comportamento pode evitar transmissão de doenças por meio do beijo


Os sintomas são similares aos da gripe: febre alta, tosse, dor nas articulações, cansaço, falta de apetite, dor de cabeça e calafrios são alguns deles


No Carnaval a temperatura aumenta, as pessoas se encontram e, embaladas pelos mais variados estilos musicais, se beijam. O contato, por um lado saudável, também esconde perigos invisíveis que podem provocar doenças.

O médico infectologista Paulo Mendes Peçanha explica que vírus e bactérias ficam alojados nas vias respiratórias das pessoas e, quando se entra em contato com elas de uma forma tão próxima quanto no ato de beijar, esses seres passam de uma pessoa para outra. Quanto mais gente você beijar, maior o risco de contaminação.

O infectologista lembra que há até a chamada "Doença do Beijo" - a Mononucleose. "O que é chamado de Doença do Beijo é uma infecção de transmissão pelas vias aéreas, mas exige um contato mais íntimo. O vírus se encontra nas vias respiratórias, nas amígdalas, na garganta e o beijo permite a transmissão da doença".

Os sintomas da Doença do Beijo, provocada por um vírus, são similares aos da gripe: febre alta, tosse, dor nas articulações, cansaço, falta de apetite, dor de cabeça e calafrios são alguns deles.

O assistente técnico Gilmar Souza, 23 anos, diz que já ouviu "muitas histórias" dos amigos referentes a doenças provocadas por beijos indiscriminados, mas que esse é um problema que não o preocupa. "Já ouvi muita história de Herpes. Mas eu tenho uma parceira fixa, não sou casado, mas tenho um relacionamento longo, então não me preocupo com isso. Quem não deve, não teme", brinca.  
A Herpes simples pode mesmo ser transmitida pelo beijo. O problema que é agravado pelas altas temperaturas do verão. Nesse período as lesões ficam expostas, o que possibilita a contaminação. Já a tuberculose, a meningite e a gripe podem também se alastrar pelo beijo, mas são consideradas doenças de transmissão por via aérea, já que mesmo a certa distância pode haver contágio.

Para evitar os males à saúde, o médico Paulo Peçanha indica uma mudança de comportamento. "O problema das doenças transmitidas pelo beijo vem mais dessa atitude sair beijando indiscriminadamente. Isso aumenta a chance de infecção por vírus e bactérias e exatamente a maneira de evitar é ser mais seletivo.  Na medida em que as pessoas tenham contato mais íntimo com quem ela conheça melhor estará se prevenindo, até por ter condições de saber se a pessoa tem algum problema ou não".

A advogada Carina Maggioni, 28 anos, está solteira, mas diz que já segue o conselho do médico. "Não sou de ficar com várias pessoas, acho melhor selecionar", afirma.

A ortodontista Tereza Scardua lembra ainda que os agentes que causam cárie e gengivite são transmitidos pelo beijo, mas quem mantém uma boa higiene bucal não desenvolve esses problemas. 

LETÍCIA GONÇALVES - GAZETA ONLINE

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