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| Na reunião, o prefeito Rafael Diniz garantiu depois de dois anos a volta do carnaval mesmo fora de época, e as entidades carnavalescas esperam pela subvenção |
O Carnaval de Campos pede socorro. A afirmação é uma lamentação e pedido de ajuda por parte dos carnavalescos da cidade que não é de hoje. O problema é que, segundo eles, a um mês da data prevista para a folia, as verbas necessárias não foram repassadas e as escolas e bois pintadinhos não têm o valor para realizar o evento – calculado em cerca de R$ 1,2 milhão. A festa estava prevista para acontecer nos dias 15, 16 e 17 de março, mas um acordo fez com que a data fosse adiada para 27 e 28 de abril . Desde o ano de 2016, a festa popular com o desfile das escolas de sambas e bois pintadinhos não ocorre na cidade.
Em dezembro passado, a Prefeitura de Campos publicou no Diário Oficial um chamamento público para captação de propostas de patrocínios de empresas. Foi divulgado que o Carnaval seria feito em gestão compartilhada entre a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL) e a Associação dos Bois Pintadinhos de Campos (Aboipic).
“É muito triste ver o tamanho descaso do poder público com a gente. Somos o Carnaval, gostamos do samba e vivemos dele. É do Carnaval que tiro o meu sustento e de minha equipe também. Às vezes penso o quanto os trabalhadores deste ramo deixaram de ganhar durante esse tempo todo. No meu atelier conto com no mínimo nove trabalhadores e quando estamos à beira do Carnaval, ainda contratamos mais mão de obra. Queremos apenas o nosso Carnaval. Já passou da hora de olharem com mais carinho para nossa classe artística”, lamentou o carnavalesco Áquila Araújo.
Quem também lamentou as dificuldades em realizar um desfile foi o pesquisador e carnavalesco Wallace Veiga. “A cultura mais popular do planeta pede socorro no município de Campos. A cadeia produtiva que envolve o carnaval e todo seu desfecho movimenta financeiramente vários setores. Todos saem ganhando”.
Para o cavaquinista Carlos Eduardo Silva, que participa do Carnaval de Campos há mais de 30 anos, não há interesse por parte do poder público. “Encaro o Carnaval com seriedade, pois dali consigo complementar a minha renda familiar. São meses de ensaio e dedicação para que na avenida tudo ocorra da melhor maneira. Fico triste com o poder público de Campos, pois já são dois anos sem Carnaval por falta de interesse da prefeitura. O que nos leva a crer é que eles querem acabar com o nosso Carnaval. Carnaval é cultura e querem acabar com esse lindo trabalho. Fica a minha indignação”, desabafou.
Em nota, a secretaria de Governo de Campos reforçou que os esforços estão mantidos tanto por parte da prefeitura, quanto por parte das agremiações carnavalescas e bois pintadinhos para que haja o desfile.
“A prefeitura tem feito esforços no sentido de tentar viabilizar junto aos carnavalescos os recursos para realização do desfile das escolas, bois e blocos. A intenção é, assim como na Bienal do Livro e no Verão Farol 2019, encontrar um parceiro para financiar parte da estrutura necessária para realização dos desfiles. A criação da Comissão Oficial de Organização do Carnaval, por exemplo, foi fundamental para fortalecer institucionalmente a categoria e estimular a regularização daquelas que, por ventura, não estivessem regularizadas. Em dezembro foi feito um chamamento público de patrocínio e apoio para a realização do Carnaval 2019 e seguimos dispostos ao diálogo, às propostas e ao esforço de buscar soluções em meio a este momento de limitações financeiras”, destacou o secretário de Governo, Alexandre Bastos.
A prefeitura afirmou ainda que devido às dificuldades financeiras do município, o montante de cerca de R$ 1,2 milhão, solicitado inicialmente pelos carnavalescos para a realização dos desfiles, torna-se inviável para a administração pública, sendo necessária a necessidade de parceiros.
Terceira Via
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