Ontem, PPS, PDT e PSB deixaram cargos que ocupavam no governo de Arruda. A Executiva Nacional do PSDB se reúne hoje para decidir se também abandona o governador. Antes do escândalo, Arruda tinha apoio da maioria dos 24 deputados da Câmara Legislativa do DF.
Em declaração ontem, o governador voltou a afirmar que o dinheiro que ele aparece recebendo em vídeos do ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, autor das denúncias, seriam doações de campanha, que teriam sido usadas em ações sociais. Arruda já havia alegado que parte do dinheiro teria sido usada na compra de panetones para pessoas carentes. O governador atacou Barbosa, disse que vai continuar no cargo e questionou gravações apresentadas como provas pela PF. “Confiamos na Justiça e vamos continuar trabalhando”.
Arruda se reuniu com a cúpula do DEM para se explicar. O partido propôs duas alternativas a ele, único governador da legenda: ou se desfilia ou o DEM abre processo de expulsão. Arruda não concordou e ainda ameaçou radicalizar com o partido, se radicalizassem com ele.
Além de Arruda e do vice Paulo Otávio, o DEM tem o presidente da Casa, Leonardo Prudente, outro acusado no caso, que aparece em vídeo guardando dinheiro no paletó e nas meias. Ele se defendeu, dizendo que guardou a quantia nas meias por segurança. A deputada Erika Kokay (PT), presidente do Conselho de Ética, disse que pode ser preciso uma intervenção no Distrito Federal.
Gravações novas e protestos
Novas gravações divulgadas ontem pelo Jornal Nacional mostraram como funcionava o esquema do mensalão no DF. Em um dos vídeos, o empresário Gilberto Lucena, dono da Linknet, reclama por pagar mais propinas. Durval Barbosa responde que foi “o Arruda que mandou”. Em outra parte, ele insinua que o vice-governador Paulo Otávio “tem 30%” do esquema. Ontem, Lucena negou ter pago propinas.
As afirmações do governador de que teria usado R$ 50 mil recebidos de Barbosa para comprar panetones provocou ontem protestos no País. O enfermeiro Ivan Rodrigues, por exemplo, colocou nariz de palhaço e levou um panetone para a porta da residência oficial do governador. “Pensam que somos palhaços”, afirmou.
Renúncia ao Senado em 2001
Em 2001, quando era senador, Arruda foi acusado de participar do escândalo de violação do painel do Senado, na votação da cassação do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Arruda chegou a negar envolvimento, mas depois admitiu e renunciou ao cargo para não ser cassado. Logo depois, ele se elegeu deputado e pediu perdão aos eleitores. Em 2006, foi eleito governador.
A CNBB vai apoiar a proposta da OAB de impeachment de Arruda. Dom Dimas Lara, secretário-geral da CNBB, disse que ficou “perplexo” com o que viu, especialmente com o vídeo em que três envolvidos no esquema fazem oração.
O Dia
Um comentário:
Até parece q isso é alguma novidade! Todo mundo sabe q é comum no Brasil governador comprar apoio de deputado, e prefeito comprar apoio de vereadores. Quanta hipocrisia!
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