domingo, 16 de agosto de 2009

Frei Betto: Mobilizações populares

Reforma agrária pode ser a solução para o desemprego e a violência


Desde 10 de agosto, mais de 3 mil trabalhadores sem-terra estão acampados em Brasília para, de novo, alertar o governo federal sobre uma questão que, no passado, foi considerada prioritária pelo PT: a reforma agrária. Apesar das políticas sociais, 31 milhões de brasileiros(as) continuam a sobreviver na miséria. E a violência dissemina o medo por nossas cidades.

O manifestação dos sem-terra reivindica do governo muito pouco, sobretudo se comparado aos incentivos concedidos a empresas que degradam a Amazônia e a usineiros que, em latifúndios, mantêm trabalhadores em regime de semiescravidão.

É urgente assentar mais de 100 mil famílias sem-terra acampadas pelo país afora. E cuidar das 40 mil famílias assentadas apenas no papel, à espera de recursos para investirem em habitação, infraestrutura e produção.

O País não tem futuro sem mudar a estrutura fundiária. Dois problemas crônicos encontrariam solução se nosso país não tivesse tanta terra ociosa: o desemprego e a violência urbana.

O acampamento se encerra no próximo dia 21. Até lá haverá debates sobre conjuntura agrária, meio ambiente, Previdência Social e juventude, além de ato em comemoração dos 25 anos do MST e em defesa do petróleo.

E no dia 7 de setembro, em todo o Brasil, o 15º Grito dos Excluídos, promovido por várias entidades, inclusive a CNBB, terá como tema “Vida em primeiro lugar – a força da transformação está na organização popular”. O objetivo é arrancar a população do imobilismo e ressaltar a importância de se fortalecer os movimentos sociais para consolidar nossa democracia e conquistar soberania.

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