Comparação ocorreu em avaliação de compromisso com reforma política.
Nesta sexta (16), Serra concedeu entrevista para rádio de Pernambuco.
O presidenciável José Serra (PSDB) criticou a condução de reformas estruturais feitas pelos governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio Lula da Silva e prometeu "bancar" a reforma política se eleito. Durante uma avaliação indireta da condução do tema nos governos anteriores, ele disse garantir que Lula e FHC são parecidos.
"O Lula não aceitou minha proposta de reforma política e nem o Fernando Henrique tentou fazer. Você sabe que o Lula e Fernando Henrique são mais parecidos do que parecem? Eu conheço bem os dois e posso garantir", disse Serra em entrevista à Radio Jornal, no Recife. "Eu vou bancar a reforma política neste país, vou peitar e bancar", prometeu.
Indagado sobre as semelhanças entre Lula e FHC, foi subjetivo: "são questões de natureza pessoal e psicológica, mas carinhosa". E complementou: "ambos são, embora de maneira diferente, meus amigos pessoais independentemente das diferenças em política".
Royalties
O tucano aproveitou a tensão em torno da discussão sobre os royalties do pré-sal para criticar sua principal adversária, a ex-ministra da Casa Civil Dilma Rousseff (PT). "Esse negócio de pré-sal é coisa para dez anos. Eu estava na reunião sobre a divisão e me posicionei contra esse debate em ano eleitoral. O Lula concordou", disse. "Quem errou foi a Dilma e o Lobão (Edson Lobão, então ministro das Minas e Energia ) que forçaram o envio para o Congresso".
Mais cedo, em entrevista à Rádio Olinda, o tucano disse que o vencedor da eleição em outubro terá a responsabilidade individual de comandar o país e, numa alfinetada a Dilma, enfatizou que não é possível terceirizar o governo.
"O Lula está fora das eleições, não disputará cargo nenhum", disse Serra nesta sexta-feira, rechaçando mais uma vez que o presidente seja o seu adversário nesta eleição. "E é importante lembrar que não é possível terceirizar a administração do Brasil."
"A responsabilidade é de quem assumir, é individual. O futuro depende de quem a população escolher. E o escolhido vai governar sozinho", acrescentou, numa alusão à estratégia da candidata do PT, Dilma Rousseff, de atrelar sua campanha à popularidade de Lula.
O tucano também demonstrou sintonia com o discurso do seu candidato ao governo de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB). Serra afirmou que quer ser o novo "amigo" de Pernambuco, discurso amplamente propagado por Jarbas em todos os seus eventos de campanha.
"O que eu quero é ser o novo amigo de Pernambuco. O Lula é pernambucano, fez carreira em São Paulo. Eu quero ser o presidente de São Paulo que é amigo de Pernambuco e do Nordeste, porque eu amo Pernambuco e amo o Nordeste."
G1
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