domingo, 23 de janeiro de 2011

Brasil é vice-campeão no acesso a arquivos ilegais

País só perde para a Espanha no número de downloads que facilitam a pirataria

O Brasil ganhou um título esta semana que não orgulha ninguém: o vice-campeonato simbólico mundial de downloads ilegais, o que alimenta a produção de CDs e DVDs piratas no País Segundo o relatório anual Digital Music Report, da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), Espanha e Brasil são destaques entre os países onde os internautas “acessam com frequência mais serviços sem licença”. Isso inclui, segundo o texto, fazer downloads de arquivos (entre eles, de música) por meios de serviços P2P (que ligam usuário a usuário) ou de divisão coletiva de arquivos.

Segundo o documento, na Espanha e Brasil, respectivamente, “45 e 44% de usuários ativos acessam repetitivamente serviços selecionados sem licença, num único mês”. A federação chama a atenção para o fato de que a média nos países europeus é de 23%. “As tendências de pirataria variam de país para país. Pesquisas independentes mostram que Espanha e Brasil estão entre os mercados com mais usuários acessando serviços sem licença”, diz o texto, que alerta para o fato de que 98,8% do tráfego nas redes P2P é de arquivos que não têm licença para serem enviados.
A produção de CDs e DVDs piratas é, em boa parte, alimentada por internautas que baixam arquivos da internet sem pagar direitos autorais | Foto: Divulgação
O Brasil também é citado em outros momentos do relatório. Segundo o Digital Music Report, enquanto em outros países está proibido o acesso ao site 'Pirate Bay', que localiza arquivos que darão origens a downloads (torrents), o Brasil, além de permitir o acesso à página, foi um dos poucos países onde o tráfego de dados no serviço cresceu no ano passado.

No entanto, o relatório da indústria da músicia vê alguns avanços no mercado digital brasileiro. Ele elogia, por exemplo, a iniciativa de operadoras de celular que passaram a oferecer serviços de downloads com smartphones. “É uma abordagem saudável em mercados como Brasil, Índia e China”, diz a IFPI. A Federação observa, ainda, que, apesar da grande pirataria, o mercado digital cresce no País. No lucro de canais digitais, é esperado um crescimento de mais de 50% no Brasil, Argentina, e México.
POR JOÃO RICARDO GONÇALVES O Dia

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