Para ajudar nas buscas no distrito de Itaipava, em Petrópolis, o Exército brasileiro disponibilizou três caminhões e 105 homens – no local, o número de mortos chega a 43. Segundo a Prefeitura de Petrópolis, as frentes de trabalho no local contam com cerca de 600 homens de diversas equipes diferentes (entre elas Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Petrópolis Resgate).
Na manhã deste sábado, as equipes de Petrópolis foram deslocadas para os locais com maior dificuldade de acesso, como a região do Vale do Cuiabá. O trabalho em áreas de melhor acesso foram realizados também durante a madrugada.
Balanço
No município de Teresópolis, a Defesa Civil estadual confirmou 240 mortos. Destes, 102 corpos foram liberados para sepultamento. Mas os sobreviventes enfrentam a desolação e a chuva para tentar identificar os cadáveres. “A gente fica muito angustiado, mas acho que vou conseguir reconhecer. A gente não deseja uma dor dessas pra ninguém”, diz Maria Porcina da Silva Ramos, que ainda tem dois familiares desaparecidos.
No município de Teresópolis, a Defesa Civil estadual confirmou 240 mortos. Destes, 102 corpos foram liberados para sepultamento. Mas os sobreviventes enfrentam a desolação e a chuva para tentar identificar os cadáveres. “A gente fica muito angustiado, mas acho que vou conseguir reconhecer. A gente não deseja uma dor dessas pra ninguém”, diz Maria Porcina da Silva Ramos, que ainda tem dois familiares desaparecidos.
Em razão da demanda, que extrapola as mais pessimistas previsões, o IML (Instituto Médico Legal) da cidade teve de ser deslocado. Antes da tragédia, funcionava dentro da 110ª DP do município e tinha capacidade para apenas 14 cadáveres. Agora, está improvisado num imóvel de dois andares e 3.000 m2, antiga sede de uma igreja evangélica, em frente à delegacia.
Nova Friburgo, a cidade mais atingida, contabiliza pelo menos 252 mortos, segundo Secretaria de Estado da Saúde e da Defesa Civil. Em meio a boatos sobre saques, os moradores precisam lidar com o medo de assaltos e arrastões, boatos sobre invasões de delegacia e falsos alarmes sobre o rompimento de represas. O sistema de telefonia está em pane desde a madrugada de terça (11), mas a prefeitura criou um sitepara informar a população sobre os dados.
A cidade foi destruída, o comércio ainda não voltou a funcionar e, somente agora, a população começa a sair de casa para comprar mantimentos, água e tentar conseguir combustível. “O pessoal enche o tanque com medo de acabar e não sobra nem para os carros de resgate”, diz o professor de jiu-jitsu Fábio Moraes, 33. “Perdi mais de cem amigos. Alunos e amigos de infância. Está um caos.”
O número de mortos congestiona os IMLs (Instituto Médico Legal) dos municípios atingidos. Em Nova Friburgo, os sobreviventes carregam os caixões e formam um congestionamento nas ladeiras do cemitério São João Batista, único da cidade que não ficou ilhado. Os feridos enterram os mortos. Muitos deles poderão ser enterrados sem identificação.
Petrópolis, com registros de Itaipava, tem 43 mortes confirmadas. Entre os mortos estão os parentes do executivo da Icatu Holding, Erick Connolly de Carvalho, 41, que enterrou hoje no Rio dois filhos, os pais, a família da irmã, a estilista Daniella Connolly, e familiares da mulher Isabela de Carvalho, que permanece internada no Hospital Copa d'Or.
Como voltou a chover, e a previsão é de novos temporais nos próximos dias, o risco de novas enxurradas e deslizamentos preocupa as autoridades locais, que ainda trabalham para desobstruir estradas, retomar o abastecimento de água e atender os moradores que já perderam suas casas.
No município de Sumidouro, foram registradas 18 mortes, todas na localidade rural na cidade de Campinas. Uma pessoa está desaparecida e cinco estariam soterradas. A prefeitura, que havia divulgado um total de 20 mortos, corrigiu a informação no início da noite desta sexta. O prefeito da cidade afirmou que pelo menos 300 famílias estão em áreas isoladas.
Em São José do Vale do Rio Preto, a Polícia Civil confirma 4 mortes. Moradores ilhados foram resgatados com a ajuda de botes pelos bombeiros.
UOL
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