quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Dilma convida Mantega a permanecer na Fazenda
Manutenção do atual ministro é um dos pedidos de Lula à presidente eleita
Dilma cogita manter Henrique Meirelles no BC até fevereiro; ele não descarta discutir sua permanência no banco
KENNEDY ALENCAR
VALDO CRUZ
A presidente eleita, Dilma Rousseff, decidiu convidar Guido Mantega a permanecer no Ministério da Fazenda em seu futuro governo.
O convite estava programado para ser feito ontem à noite, em jantar entre os dois na Granja do Torto -residência de campo da Presidência, cedida à eleita na transição.
Em reunião anteontem à noite no Palácio da Alvorada, Lula voltou a defender a manutenção de Mantega no comando da Fazenda.
Segundo a Folha apurou, Lula e Dilma discutiram uma lista de nomes que a presidente eleita pretende convidar para montar o seu primeiro escalão.
Dilma planeja anunciar sua equipe econômica na próxima semana. Pode divulgar também nomes de ministros com gabinetes no Palácio do Planalto.
Além da permanência de Mantega, ela passou a cogitar a hipótese de manter Henrique Meirelles no Banco Central ao menos até fevereiro do próximo ano, aguardando a posse do novo Congresso Nacional.
Segundo a Folha apurou, Dilma preferia trocar a presidência do BC, mas diminuiu sua resistência em manter Meirelles porque está preocupada com uma piora da economia mundial e seus efeitos no Brasil no começo de seu governo.
Ela voltou de Seul, onde participou de reunião do G20 (grupo que reúne as maiores economias do mundo), disposta a reavaliar a sugestão de Lula para manter Meirelles no BC.
A presidente eleita pediu à sua equipe para sondar Henrique Meirelles sobre a possibilidade. O problema é que Dilma deseja mantê-lo temporariamente.
O presidente do BC respondeu que não descarta discutir sua permanência no banco, mas não numa condição provisória. Ele também gostaria de manter a mesma autonomia que a instituição tem no governo Lula.
DESENHO
Nas discussões para formar o novo ministério, a Folha apurou que a tendência é Antonio Palocci Filho chefiar uma pasta do Palácio do Planalto. Também cresceu a cotação de Paulo Bernardo (Planejamento) para ocupar a Casa Civil, posto já aventado para Palocci.
Nas conversas, discute-se a ida de Palocci para o comando de uma Secretaria-Geral da Presidência remodelada. Gilberto Carvalho, atual chefe de gabinete, também é cotado para a pasta.
Se Bernardo for para a Casa Civil, cresce a possibilidade de Miriam Belchior chefiar o Planejamento, levando para esse ministério a coordenação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Belchior se reuniu nos últimos dias com Dilma.
O PMDB já decidiu apresentar os nomes de Wagner Rossi, Edison Lobão e Moreira Franco para integrar a equipe de Dilma. Rossi continuaria na Agricultura.
O PMDB quer retomar Minas e Energia para Lobão, que se reelegeu senador pelo Maranhão. Moreira é o nome para o Ministério das Cidades, hoje na cota do PP.
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